Heidegger e o pensamento escolástico entre os anos 1919 e 1930
Observações e reflexões criticas
Palabras clave:
Tomás de Aquino, Tomás de Vio Cayetano, Francisco Suárez, Heidegger, escolásticaResumen
Desde os “primeiros escritos” de Heidegger verifica-se uma crítica crescente ao pensamento escolástico, mas tal crítica é feita a partir da filosofia moderna e contemporânea, e não mediante uma leitura crítica dos próprios autores medievais. A crítica ao pensamento escolástico se insere no contexto histórico-filosófico da formação acadêmica de Heidegger. Neste contexto histórico, colocando em prática o método da “destruição” do pensamento da metafísica ocidental, Heidegger submete também a filosofia escolástica a esta “desconstrução”, inclusive o pensamento de Tomás de Aquino. Como sucede com a “escolástica” que Heidegger conheceu, o pensamento de Tomás de Aquino é muito mais complexo do que ele pôde imaginar. Ora, a historiografia demonstrou que a reflexão tomista foi enterrada durante mais de quatro séculos sob a camada de suas interpretações ulteriores, inauguradas por Tomás Caetano nos séculos XV-XVI e determinadas decisivamente com Francisco Suárez nos séculos XVI-XVII. Levando em conta a questão historiográfica, a comunicação pretende refletir criticamente sobre a necessidade da “destruktion” da escolástica conhecida por Heidegger.